Uma noite em Tulum
O lado bom de ter amizades: as histórias que elas vivem e nos contam
Sophia era sortuda. Provavelmente a au pair mais sortuda de todos os tempos. De férias com a família host, foram para Tulum, no México.
Chegando lá, encontraram com o dono do Airbnb que era dono de apenas 18 vilas. E que, algumas conversas depois, queria ser dono do coração de Sophia também.
“Conquistador mexicano, com cara de Europeu… Se pelo menos fosse latino, né?”, ela pensou. Mas continuou respondendo às mensagens.
Como o tempo era curto e a vida também, marcaram de sair.
Jantaram em um restaurante badalado, depois foram para a balada.
“Que bom que estamos no México, não na Inglaterra. Aqui pelo menos o povo sabe se divertir”, ela tentou falar no portunhol, mas acabou falando no idioma da rainha. Era mais fácil se entenderem numa língua que realmente existe.
Dançaram juntos ao som de Bad Bunny, Rosalía e até Anitta.
Saíram da balada ensopados de suor, e ele falou que queria mostrar “uma coisa incrível” para Sophia. “Por favor, não me diga que é algo que está entre suas pernas, essa é a pior cantada do mundo!”
Ele ficou encabulado, mas deu um sorriso e falou baixinho: “não, não… É uma praia”.
Já estava amanhecendo, e os raios de sol iluminavam as águas do mar. O barulho das ondas indo e vindo causavam um efeito calmante e ao mesmo tempo nostálgico em Sophia.
– Você sente saudades de casa?, ele perguntou.
– Do sol, do sal e do mar, ela respondeu.
– Mas nem toda praia é igual, ele disse.
– Nada se compara às praias do Nordeste.
– Pelo menos eu tentei, ele disse, se aproximando dela.
– E foi uma ótima tentativa, disse Sophia, baixinho.
Os dois se aninharam, se beijaram, e voltaram caminhando pela praia, de volta ao Azulik, onde se perderam até o dia seguinte.
Depois do café na cama, ele levou Sophia para uma cidade próxima, que já não tinha praia, mas tinha bons tatuadores. Lá, ela eternizou aquilo que deixou para trás, mas que sempre estará na sua frente: seu gato, seu Nordeste, sua América Latina.
Atención: este azulejo foi inspirado em uma história real. E a foto abaixo faz parte dela.
Entre músicas e reflexões
Deixo vocês com uma música
Aos amantes de reggaeton, disponha. Aos que ainda não conhecem o ritmo, talvez não seja a melhor música de entrada, mas é boa mesmo assim.
E foi um pedido da musa que inspirou a crônica de hoje. Bem, eu acho bem boa.
Se você não acha, use o formulário abaixo para recomendar uma música que você curte.
Aproveite, e deixe o seu relato (ou um relato que você ouviu de alguém), e seja você também minha musa: inspire-me a criar os próximos azulejos.
Seja a favor de crônicas, não de fofocas.
Vai ser um prazer florear sua história, pintando e bordando por aí.
Um xero,
(estou amorosa hoje, aproveite e me mande seu relato) <3
Luana Aladim