Repassando o controle

Porque nunca controlamos tudo

Faz 3 dias que não dirijo, só pego carona.

E que poder isso tem: deixar nas mãos dos outros a sua vida.

Mas é bom.

Você vai por outros lugares.

Vê que nasceu um restaurante onde antes era uma casa. Que brotou um prédio onde antes era um parque.

Quando a gente vira passageiro, dá mais tempo de olhar pra vida com olhos de paisagem e não de rodovia.

Com olhos de apreciação, e não de precaução. Com calma, e não com velocidade.

Mas isso só acontece quando a gente confia em quem tá na direção. E não precisa conhecer a pessoa a vida toda pra confiar. Basta deixar o controle por um momento.

Confiança, em certos casos, é mais sobre a gente do que sobre o outro.

Pelo menos é assim quando a gente pega carona.

Entro no banco direito da frente, ou em algum banco de trás. A única preocupação é botar o cinto e manter a conversa. Ou apreciar o silêncio confortável.

Que bom seria se esse mesmo sentimento a gente levasse pra rotina.

Para onde vamos? Ninguém sabe. Nas caronas a gente costuma saber. Como dirige o motorista? Às vezes já sabemos. Outras vezes é ver pra crer.

Se chegamos vivos, é o que importa…

Mas no final do dia, a vida não é isso também? Sim, a vida é como uma carona.

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Entre músicas e reflexões

escolhi uma música, porque já achei a crônica reflexiva demais

O motivo de escolha da música nada mais é que nostalgia. Toda a vez que passo muito tempo em Recife, fico assim. E essa música vez ou outra me aparece. E vez ou outra, começo e termino o dia com ela. Espero que goste.

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Inspiração do Azulejo

Desde sábado eu tenho andando de carona pra lá e pra cá. Umas vezes com conhecidos de muito tempo, outras vezes com conhecidos recentes. Eu odeio não estar no controle, mas a verdade é que nunca estamos com ele 100% do tempo, não é?

Ocupando aqui este espaço quase particular e bem público para agradecer a essas pessoas que, de lá pra cá, tem me conduzido por aí. Adoro dirigir, mas ser conduzida também tem sido muito bom.

Por hoje é isto, até a próxima quarta.