Alguns preferem sombra e água fresca. Eu prefiro o barro e a quentura.
Na última trilha de bike, passamos por 3 cidades, algumas fazendas e muitas vacas.
Enquanto esperávamos as queridas passarem pela estrada, num ritmo lento e demorado, ditado pelas batidas suaves do sino pendurado no pescoço da vaca leiteira, me estiquei e olhei pra tudo ao redor.
Alguns morros verdinhos ao fundo, umas casas branquinhas mais perto, e alguns cactos ao meu lado. Em um ou dois, vi flores e pensei: como pode florescer em um lugar tão hostil?
Olhei pra frente e vi a tropa de mulheres ciclistas de montanha: bonitas e resistentes, ao mesmo tempo.
No final das contas, a natureza é assim. E somos como ela, fortes e belas.
Entre músicas e reflexões
escolhi as duas
Às vezes nos esquecemos de que viver, por natureza, não é nada fácil. Carregamos uma carga genética dos nossos antepassados (muito passados) de fugir ou lutar — coisas que, por essência, não são agradáveis. Mas isso não significa que a vida não tenha momentos de leveza e gratidão.
Assim como um cacto, podemos ter alma de resistência sem perder a beleza de uma flor. Podemos nos cercar de espinhos ao mesmo tempo que guardamos água pura na nossa essência — para só os bons acessarem.
É chato chegar a um objetivo num instante
Eu quero viver nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Acredito que essa é a mensagem pós-carnaval e pós-dia-das-mulheres. Que sirva pro ano inteiro.
Um abraço e até a próxima.